8 de mar. de 2008

Descobertas acidentais ou "serenditipy"

A palavra "serenditipy" pode ser traduzida como serendipismo ou serenditipidade e é usada para descrever descobertas acidentais na ciência. Deriva de um conto do Sri Lanka (Ceilão), onde os personagens principais faziam descobertas casuais incríveis.



O viagra ( sildenafil) pode ser um exemplo de serenditipy. A droga foi produzida inicialmente para combater problemas cardíacos, pois melhora a circulação arterial. Já nos primeiros testes realizados pelo laboratório pfizer, os voluntáriaos, na maioria velhinhos de 70 anos, não apresentaram nenhuma melhora cardíaca, mas um efeito colateral do sildenafil chamou a atenção dos pesquisadores : Alguns idosos começaram a demonstrar um grande interesse na continuidade dos testes, já que haviam melhorado e muito o seu desempenho sexual. Logo o laboratório desviou as pesquisas do sildenafil para os problemas de disfunção erétil masculina. Estava criada a droga recreativa mais consumida no mundo, segundo institutos de pesquisa americanos.

Veja outros grandes exemplos de "serendipity" na história da ciência:

Arquimedes
Arquimedes (287-212 a.C.), o grande matemático e inventor grego, tomava seu banho imerso em uma banheira, quando repentinamente, encontrou a solução para um problema que o atormentava havia tempos. Seria a coroa do rei de Siracusa realmente de ouro? Dizem que Arquimedes teria saído à rua nu gritando Eureka! Eureka! (Encontrei!). Ele havia descoberto um dos princípios fundamentais da hidrostática, que seria conhecido futuramente como o "Princípio de Arquimedes" ou lei do empuxo.

Kekulé
O químico alemão August Kekulé (1829-1896) adormeceu na plataforma enquanto esperava o ônibus que o levaria à sua casa e sonhou com uma cobra que mordia o seu próprio rabo, rodopiando numa roda desenfreada. Segundo ele, foi esse sonho que o inspirou no entendimento de como os átomos do anel benzênico se ligavam entre si, princípio básico da química orgânica.

Alexander Fleming
Ao se preparar para entrar em férias por duas semanas, Alexander Fleming inoculou estafilococos em uma bandeja e, ao invés de colocá-la na incubadora, como normalmente fazia, resolveu deixá-la sobre a bancada.
No andar de baixo do laboratório de Fleming trabalhava um perito em bolores que cultivava, entre outros, os esporos de um fungo desconhecido, o Penicillium notatum. Imagina-se que os esporos, muito leves, tenham sido levados pelo vento e estavam flutuando em grande quantidade no ar do laboratório de Fleming, cuja porta sempre ficava aberta.
Retornando das férias, e encontrando o laboratório em grande desordem, Fleming começou a fazer uma limpeza geral. Repentinamente, uma das bandejas de estafilococos que estava prestes a ser desinfetada chamou-lhe a atenção. A placa apresentava uma larga zona clara totalmente desprovida de estafilococos, justamente a parte que estava cercada pelo mofo Penicillium. Fleming havia descoberto a penicilina, primeira droga capaz de curar inúmeras infecções bacterianas.

Galvani
Em seus estudos, dissecando rãs em uma mesa enquanto conduzia experimentos com eletricidade estática, um dos assistentes de Galvani tocou em um nervo ciático de uma rã com um escalpelo metálico, o que produziu uma reação muscular na região tocada sempre que eram produzidas faíscas em uma máquina elétrostática próxima. Tal observação fez com que Galvani investigasse a relação entre a eletricidade e a animação - ou vida. Por isso é atribuída a Galvani a descoberta da bioeletricidade.
A própria palavra eletricidade vem de um relato do filósofo grego Tales de Mileto: ao se esfregar âmbar com pele de carneiro, observou-se que pedaços de palha eram atraídos pelo âmbar. A palavra eléktron significa âmbar em grego.

É claro que o fato dessas descobertas terem sido acidentais não diminui em nada o mérito de seus descobridores, pois é necessário uma mente criativa e atenta ao mundo a sua volta para aproveitar as serendipity.

Não são os homens que captam as grandes idéias, são as grandes idéias que capturam alguns homens.

1 de mar. de 2008

Isaac Newton

Quando perguntaram a Isaac Asimov quem foi o maior cientista de todos os tempos, ele respondeu que se a pergunta fosse dirigida ao número 2, a disputa seria grande: Einstein, Galileu, Darwin, Pasteur, Rutherford, Bohr, entre muitos outros. “Mas como a pergunta é quem foi o maior, não há problema: Newton foi o maior talento científico que o mundo jamais viu”.
Newton nasceu na Inglaterra, em 1643 e é considerado o pai da física clássica. Com uma personalidade nata cativante, era um porre para os amigos ( se é que os tinha) e um terror para os inimigos. De origem bastante pobre, Newton sequer conheceu a própia mãe e muitos historiadores afirmam que ele morreu virgem. Não que isso tenha alguma relevância em face à sua produção científica.
Era vingativo a acreditava em muitas idéias execradas pela ciência, como o criacionismo e a alquimia. Passou boa parte de sua existência tentando decifrar códigos da bíblia , estudando magia e outras bobagens.
Mas nas poucas páginas em que se dedicou à física, causou uma revolução completa no pensamento humano acerca da natureza.
Em seu túmulo há uma inscrição de autoria da rainha da Inglaterra: " Congratulem-se todos os mortais pela passagem na Terra desse maravilhoso gênio do gênero humano". Agora imagine se ele tivesse dedicado mais do que parcos dez anos à ciência, acho que estaríamos bem mais à frente na compreensão da natureza e em termos tecnólogicos.
Quantos aos seus defeitos, não acho que trazem qualquer mancha em sua reputação de cientista. Afinal pessoas grandes geralmente têm defeitos astronômicos. Além do mais, todos têm mazelas em sua personalidades e nem todos contribuem com algo concreto para humanidade.